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Texto de alta qualidade, como sempre, Bruno! A respeito desses assuntos, gostaria de fazer uma pergunta quanto ao cristianismo oriental e ao esoterismo que me surgiu enquanto assistia ao canal que você recomendou "Filosofia Mística De São Máximo, o Confessor". Pelo que compreendi, aos ortodoxos há a crença de uma incompatibilidade entre a lógica do mundo e a lógica de Deus, e nesse sentido, o cristianismo ocidental é perigoso por tentar operar justamente sob a lógica intrinsicamente inversa a cristã, do mundo, e isso se observaria em coisas como a visão ruim quanto o uso da imaginação durante a oração. Entretanto, isso me fez questionar, tal postura extremamente apofática e de negação do mundo não aproximaria o cristianismo oriental de um gnosticismo? Inicialmente espantei a ideia da minha mente, me baseando em meu desconhecimento quanto ao assunto, mas depois encontrei (admitidamente enquanto eu usava o ChatGPT para fazer uma sondagem de autores que tivessem tratado de uma possível integração entre o cristianismo ocidental e oriental) o que parece ser uma crítica similar vinda de Hans Urs von Balthasar, um católico que apresentava justamente uma grande admiração a Ortodoxia e fez parte do movimento de resourcment dentro da Santa Igreja. Apesar de afirmar a importância da mística, ressalta esse perigo e nota que a vinda de Cristo foi uma revelação positiva. (pelo menos foi isso que o ChatGPT disse que ele diz, não boto a minha mão no fogo por ele não! Kkkk). Não sei se a minha análise estaria correta, mas ao que me parece, o cristianismo ocidental, pelo menos em sua fase áurea, justamente buscava essa redenção "do reino da quantidade", com a ordenação dos desejos e da razão, enquanto o oriental o negava,...

O que acha desse posicionamento? É uma crítica válida ou precipitada a do Balthazar (e minha)?

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Avatar de O_navegador

Um parêntese: na tradição protestante em que fui criado, praticávamos a invocação do nome de Jesus Cristo e se dava muita ênfase a isso, e lá também se falava bastante sobre o conceito de theosis - ainda que não com esse nome, mas com a mesma descrição - como o ponto central da revelação do novo testamento. Qual não foi a minha surpresa ao encontrar ambos sendo enfatizados na tradição cristã oriental! Muito provável que aqueles que lançaram as bases desse grupo tenham bebido dessa fonte. Aliás, muito obrigado pela indicação do livro, uma pequena preciosidade!

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