Discussão sobre este post

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Avatar de O_navegador

Muito bom, Bruno! Há quem diga que sempre foi assim, que em todas as eras as pessoas pensavam estar numa época de decadência, em comparação a um passado idealizado. Mas é inegável que a modernidade tem um item até então inédito, qual seja, o abandono do transcendente como norma, o materialismo como pressuposto filosófico. Tendo a concordar com o catecismo nesse ponto, a ver uma degradação cada vez maior que só poderá ser redimida por uma ação divina. Você acerta quando faz a ressalva da fragmentação como meio para um maior esclarecimento, Graças a Deus podemos hoje ter contato com práticas e tradições que nos podem ser muito úteis, ainda que infelizmente hoje as pessoas tratem mesmo o sagrado como se estivessem num mercado escolhendo produtos. No reino da quantidade, até a religião se torna um adorno, uma escolha mais estética do que espiritual.

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Avatar de Bruno

Muito obrigado! Vejo em mim um impulso bastante forte de tentar alguma "solução diplomática" com a modernidade. Meu texto sobre o Wilber ia nessa direção. Mas, pensando com maior atenção, as coisas não são simples. Como você disse, há um traço de especial afastamento em relação ao espírito, maior do que em qualquer época de que temos notícias. O esfacelamento das tradições é uma tragédia grande demais, e a transformação das religiões em "mercadoria" parece exigir uma resposta similar àquela de Jesus diante dos vendilhões do templo. Nesse aspecto, não há espaço para acomodações, ainda que haja, como defendi, pontos benéficos em nossos tempos. O assunto é obviamente complexo. Um abraço!

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