1 - Me parece que a teoria wilberiana se autorrefuta, por um lado, como você bem pontuou, por assumir uma hierarquia ao mesmo tempo que a nega, e como extensão disso, por também ter embutida em si o mito do progresso automático e inevitável. Me parece positivismo com outra roupagem. É curioso que a modernidade não abandonou o mito, ela só mitificou a tecnologia e a ciência (coisas como a erradicação de doenças pela manipulação genética, a promessa da vida eterna através da IA e do transhumanismo etc) como os novos deuses que introduzirão a utopia
2 - a oposição Wilber x Guenón tem algo da oposição Mumford x Spengler do meu último artigo, com a diferença que nesta segunda ambos são "pessimistas"
3 - o livro do Lubac que citou é espetacular, estive relendo por estes dias. A análise que ele faz de dostoievski é iluminadora.
4 - correndo o risco de chover no molhado, com certeza você está muito mais familiarizado do que eu com a obra do Mircea Eliade, mas queria recomendar um outro autor que também fala sobre a importância do mito e da religião para as primeiras sociedades, trata-se de Fustel de Coulanges em "A cidade antiga".
5 - excelente texto, como sempre. Vou ter que reler pq devo ter deixado algo pelo caminho.
Muito obrigado! Estou de pleno acordo com os seus pontos. Eu acho a intenção do Wilber de chegar a um modelo integral louvável. E acho que ele é sincero. O que complica a teoria (e várias críticas a ele no fundo são justamente por isso) é a premissa evolucionista que ele aplica aos "níveis civilizatórios". Ele até tenta ver valor no "mágico" e "mítico" (e acho que tenta de verdade: tem vídeos em que ele reconhece, ou tenta reconhecer, o valor de um Jordan Peterson, por exemplo), mas esbarra sempre nessa premissa. De qualquer forma, acredito que tenha apresentado um modelo que, com algumas modificações, pode ser bastante útil. No mais: sim, "O Drama do Humanismo Ateu" está entre as melhores coisas que já li. E já ouvi essa recomendação de "A Cidade Antiga", mas ainda não encarei. Um abraço!
Obrigado pelo texto. Valeu a pena o trabalho! Parabéns.
1 - Me parece que a teoria wilberiana se autorrefuta, por um lado, como você bem pontuou, por assumir uma hierarquia ao mesmo tempo que a nega, e como extensão disso, por também ter embutida em si o mito do progresso automático e inevitável. Me parece positivismo com outra roupagem. É curioso que a modernidade não abandonou o mito, ela só mitificou a tecnologia e a ciência (coisas como a erradicação de doenças pela manipulação genética, a promessa da vida eterna através da IA e do transhumanismo etc) como os novos deuses que introduzirão a utopia
2 - a oposição Wilber x Guenón tem algo da oposição Mumford x Spengler do meu último artigo, com a diferença que nesta segunda ambos são "pessimistas"
3 - o livro do Lubac que citou é espetacular, estive relendo por estes dias. A análise que ele faz de dostoievski é iluminadora.
4 - correndo o risco de chover no molhado, com certeza você está muito mais familiarizado do que eu com a obra do Mircea Eliade, mas queria recomendar um outro autor que também fala sobre a importância do mito e da religião para as primeiras sociedades, trata-se de Fustel de Coulanges em "A cidade antiga".
5 - excelente texto, como sempre. Vou ter que reler pq devo ter deixado algo pelo caminho.
Muito obrigado! Estou de pleno acordo com os seus pontos. Eu acho a intenção do Wilber de chegar a um modelo integral louvável. E acho que ele é sincero. O que complica a teoria (e várias críticas a ele no fundo são justamente por isso) é a premissa evolucionista que ele aplica aos "níveis civilizatórios". Ele até tenta ver valor no "mágico" e "mítico" (e acho que tenta de verdade: tem vídeos em que ele reconhece, ou tenta reconhecer, o valor de um Jordan Peterson, por exemplo), mas esbarra sempre nessa premissa. De qualquer forma, acredito que tenha apresentado um modelo que, com algumas modificações, pode ser bastante útil. No mais: sim, "O Drama do Humanismo Ateu" está entre as melhores coisas que já li. E já ouvi essa recomendação de "A Cidade Antiga", mas ainda não encarei. Um abraço!