4 Comentários
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Avatar de Henrik

Muito bom, como sempre. Passo a pensar similarmente a você, Bruno, tendo tido mais contato com o Cristianismo Ortodoxo desde então. Inclusive li um artigo aqui no substack de um Católico de Rito Oriental (a posição que atualmente me parece a mais sensata!) sobre o Papa Francisco e a Igreja Sinodal, ideia mutio criticada pelos ultramontanos brasileiros, que toma uma posição similar a sua: https://open.substack.com/pub/athensandjerusalem/p/pope-francis-an-eastern-catholics?utm_source=share&utm_medium=android&r=2kk7rr

Inclusive dei restack em um dos artigos que fazem parte da discussão dele com um ortodoxo ex-católico, acredito que você já saiba das coisas apresentadas lá, mas tem me agregado muito particularmente, fica ai a recomendação. Agradeço pelo texto de qualidade!

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Avatar de Bruno

Muito obrigado, Henrik. Vou ver esses textos, não conhecia. Pois é, acho que dois bons critérios para valorar um pontificado talvez sejam estes: 1) respeitar a tradição ocidental, a missa tridentina etc.; e 2) respeitar a tradição oriental, aproximando-se novamente da Ortodoxia e da Patrística.

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Avatar de O_navegador

Muito bom, Bruno. Vejo de forma semelhante as respectivas ênfases do cristianismo oriental e ocidental, apesar de conhecer o primeiro ainda superficialmente, através de alguns canais do youtube. Estou lendo o livro que recomendou e incrivelmente eu já praticava algumas coisas ali, eu que fui criado num grupo de origem protestante (de dificílima classificação, devo dizer, porque compartilha de alguns princípios ortodoxos, católicos romanos e protestantes; quem sabe um dia explico melhor). Estava esboçando um artigo sobre a contemplação como necessidade mais básica do cristão, e o livro veio confirmar o que eu em parte intuía. A maior crítica ao catolicismo romano, na minha humilde opinião, foi feita por Dostoievski pela boca de seu Ivan Karamazov, dizendo que a Igreja ocidental sucumbiu à terceira tentação do diabo (referindo-se à tentação de Cristo no deserto), e concordo em parte com ela. Mas, como você disse, também é necessário entender os momentos históricos, e penso que de uma forma ou de outra o plano divino se faz cumprir. O humanismo ateu e até a reforma com sua liberdade de interpretação podem ser vistos como frutos da ênfase excessiva no racionalismo e na primazia da agência humana, então entendo a crítica dos autores, embora acrescentaria que mesmo antes o abandono das práticas "espirituais" já seja a semente para esse desenvolvimento. Concordo também que precisamos olhar mais o critianismo de forma integral, não me agrada quando cristãos rejeitam toda uma tradição de prática e todo um corpo teológico simplesmente porque uma coisa ou outra não lhe agrada. Como falei que faço com os autores, gosto de reconhecer e aproveitar o que há de bom em cada faceta do cristianismo, o que não quer dizer que considero todas igualmente válidas. Claro, há aquilo que está mais perto e o que está mais longe da Verdade, mas nossos pensamentos humanos jamais poderão compreender os desígnios divinos, e mesmo desvios como você apontou no artigo sobre o neopentecostalismo ainda podem servir como porta de entrada, alcançando o pecador onde não chegam as igrejas tradicionais. Abraço e desculpe o textão!

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Avatar de Bruno

Muito obrigado pelo comentário. Concordo com as suas posições mais uma vez. Fiquei curioso sobre o grupo "ecumênico". Um abraço!

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